Saturday, December 16, 2006
Friday, November 17, 2006
How I love you
- Não volto mais, é perda de tempo.
O segundo:
- O caso não é voltar. É preparar-se desde já.
O terceiro:
- Pode ser, mas de mim ninguém escapa.
O primeiro:
- De mim é que fogem.
O segundo:
- Se não parecesses tanto com um fantasma, não precisariam tanto de mim.
O terceiro:
- Besteira! Deixem de 'mim', o fato será sempre eu.
O primeiro:
- Tu? Ah, às vezes lamento por ti, objeto de obsessão.
O segundo:
- Isso é. Até me esquecem!
O terceiro:
- Não te deprimas, tu sabes que sem um o outro não existe.
O primeiro:
- Compraste tabaco?
O segundo:
- Não, não quero. E tu?
O terceiro:
- Não me perguntes nada. Sou o inefável momento da surpresa.
Tuesday, October 31, 2006
Sophie Bexter
A saudade foi grande, mas já está tudo em seu devido lugar.
Dê-me um abraço e libertes os demônios que te afligem no conforto de meu seio
Aguça os ouvidos para o que estou a dizer:
Eu te amo, amigo.
Guarda estas palavras em tua eternidade;
abre teus olhos, enxuga as pesadas lágrimas e contempla;
quero a tua companhia agora, não posso esperar.
O tempo, a vida e o destino já se encarregaram de nos separar.
Preciso ouvir teu riso, sentir tua felicidade escapar...
pelos poros e pelos vãos entre os dentes.
Ouvir o estalo de teu beijo impulsivo e sincero em minha face,
sentir tuas mãos nas minhas,
me arrastando e encarecidamente dizendo meu nome.
Ouvir o teu correr e ir ao teu encontro, sabendo que estás a chegar.
Entrar em sério conflito com tua opinião,
contestar tuas convicções
ensinando-te a desprezar o próprio orgulho e aprendendo a ceder.
Amo-te mais do que a mim mesma
e quando te afastas,
é uma parte de mim que foge e depois volta como tudo nessa vida.
Miss Mono
17/03/2005
Sunday, October 22, 2006
Grande Porto
Ainda não conhecia bem os livros, desconsiderando os da escola, mas já perguntava-me o porquê de quase tudo que me cercava. A goiabeira, a cerca onde acabava o nosso quintal, a parabólica enferrujada, as palmeiras da entrada da casa, as bicicletas quase grandes demais, os parentes de visitas freqüentes, o balneário, a piscina gigante (de plástico), a garagem recém-construída. Preferia o pão da padaria mais distante, o lanche do bar Tabajara, acampar com crianças mais medrosas, fazer guerra de carrapichos, chegar na escola ao simplesmente atravessar a rua.
Thursday, October 12, 2006
Continuu
Sunday, October 08, 2006
Dia estranho
Às vezes é preciso fazê-lo.
O medo diante do absurdo, o desconhecido óbvio, um simples desejo.
Seguir na rua um estranho e nunca lhe perder de vista.
Uma avenida lotada, com tráfego caótico, um encontro de amigos, sem nunca perder de vista.
Alguém revela o pranto, caindo na calçada, em desespero, sem consolo.
Seu estranho observa; você também. Ninguém pára.
Só quem está desfalecido e você, que tem a impressão de já ter visto aquilo.
Falta pouco tempo e está quase chovendo.
O estranho tem pressa e você quase o perde. Uma caneta dele cai e você se abaixa para pegar, mas quando levanta...ele já se foi.
Stravinska
08h18
23/02/05
Gia
Apaixonei-me por ela. No fim de mais um domingo cinzento, deitada de bruços, esperando algum vestígio de insônia, eu observava a TV distraidamente. Mudando os canais a cada dois segundos, juntando os pés para tentar amenizar o frio, que mesmo embaixo do cobertor, ainda conseguia sentir. De repente, ela surgiu. Ela não – Gia surgiu. Apareceu como um presente, uma festa surpresa, simplesmente Gia. Assim a dona Insônia sentou-se ao meu lado com uma tigela de quindins. Partilhou comigo o nascimento daquela paixão fugaz.
Gia era linda, quase perfeita. Só não o era, porque não era minha. Seus lábios eram o meu pecado, seu sorriso o meu paraíso. O corpo um verdadeiro deleite. Hiperativa, impertinente, doce, impulsiva, assassina, perdida. Gia amou, derramou, fechou os olhos, visitou o inferno e quase não voltou. Viciou-me. Sim, viciou-me em seus gestos, em sua voz, em seu sexo, em sua vida. Enquanto me hipnotizou pelas próximas horas, dona Insônia espalhou-se na cama, deitou no meu colo.
Como quem acorda de um pesadelo, Gia se foi sem que pudesse perceber. Dona Insônia já até roncava, enquanto meus olhos não queriam se fechar. Recusavam-se a esquecê-la , pois não era qualquer uma. Era Gia. A noite passou, o sol escancarou as cortinas com vigor, mas a única luz que eu via era dela.
Stravinska
11h47
03/05/05
Monday, October 02, 2006
Continuó
Continuei
Monday, September 18, 2006
Wednesday, September 13, 2006
Thursday, August 17, 2006
In Your Placebo
Macia, levemente gélida, delicada...
Olhos doces, felizes, alertas. O toque suave de seu rosto...
O abraço simplório como um alívio no meio do temporal...
Parar no tempo para uma caminhada mágica e quase secreta...
Então deixou segurar-lhe a mão,
Pois estava frio; estava estranho. Havia algo no ar...
O amor lacônico e bege...
Perceber o quanto se faz feliz e ouvir seus gestos gritando por entendimento...
Palavras perdidas em declarações subliminares, sorrisos nervosos...
Então deixou segurar-lhe a mão;
A terra molhada era mórbida e assustava...
Surgiram vazios no calor da conversa...
O vinil no lugar errado...
O som censurado...
Então deixou segurar-lhe a mão:
Acordara de um sonho incapaz.
Saturday, August 12, 2006
Pródigo assim
O mapa
Friday, August 04, 2006
Continue
Thursday, August 03, 2006
Continua
Convenceu-se, enfim, de que a solidão lhe caía bem e ouvia essa parte da música seguidas vezes. Tentava ler, mas não podia. Não era o que o coração aspirava...não naquelas tardes de terças maçantes e ociosas. Lembrava então do que já tinha passado, porém os fatos não se conformavam em ficar no que não volta mais. Se é assim, fique.
Friday, June 23, 2006
Hic At Nunc
Monday, May 22, 2006
Seqüestre o coelho.
Às vezes parece que um universo paralelo, caótico (não faltei nessa aula de História da Filosofia não), ridiculamente simplório, conspira por algo incompreensível. Assemelha-se a um andarilho de mente sórdida, que dá rasteiras nas crianças hiperativas e assalta os pomares alheios. Duvida? Pois bem, você vai sair e a porta não quer fechar, precisa insistir até que ela pare de teimar, causando um estrondo daqueles. E a modernidade que trouxe as maçanetas seguras, enrigecidas por fora e de leveza sã por dentro, não lhe dá o direito de voltar. Suas chaves ficaram lá dentro e agora um andarilho come pêras, sentado no chão, recostado na sua porta. Duvida? Pois não, eu...até lhe mostraria a silhueta dele, mas você já pediu a ajuda da vizinha e neste momento alguém se esbalda em gargalhadas não pausadas, cuspindo minúcias de pêra para todos os lados. Não há escada que alcançe os azulejos altos do seu andar. Os vizinhos já se aglomeram querendo saber o que você faz parado com cara de infeliz quase no meio da rua. Eis que surge, não mais que de repente, Jarrão. O andarilho até arrisca olhar para fora, controlando o riso, ensaiando um arremesso de meia fruta na cabeça deste, porém hesita; tamanha é a massa de Jarrão, que a pobre pêra talvez voltasse para onde veio...e doeria. O gigante que sobe a rua caminhando consegue uma escada, pula a janela (tem alguém escondido no seu armário) e abre a porta. Pronto, pode subir, armar a rede e ajeitar a antena. Ahhh, mas a vizinha lhe chama! Cozinharam peru, jogaram no tucupí, com arranjos de jambú. Vá comer, que o andarilho sabe voltar sozinho. Aliás, dizem que o nome dele é Destino e no tal universo paralelo tudo acontece em nome dele. Duvida? Pois continue. |
Sunday, May 07, 2006
Ah, mas é assim mesmo!
- Sobe que eu te encontro assim que achar uma vaga.
Arroz branco. Ele comprou o jornal e quase esqueceu o óculos. Frango à milanesa. Ainda que tenha pena do dinheiro, manda pagar com a nota gorda. Filé com quatro queijos. Não há nada que compre a mais ínfima amizade por mim. Nem minha presença. Picadinho à jardineira. Parece amnésia de 17 anos, mas nem isso conseguiu apagar os traços da natureza. Seriedade dispersa, controle disfarçado, responsabilidade trivial. $10,08.
- Uma Coca-cola, por favor.
Alumínio gelado, plástico escorregadio, porcelana pesada. Ele brinca com os cadernos esportivos, policiais, mundiais. Jogo o troco como se não quisesse nada. Aquela mulher teima em comer um pão mais largo que a boca; eu só acho salgado. A fila para a pizza cresce; famílias acham-se confortavelmente acolhidas sob um teto burguês; eu só sinto-me imune. Todos tão feios, desformes. Hoje todos estão terrivelmente deselegantes, sem compostura que lhes caiba. É interessante dividir a mesa com ele, porque assim não transformo minha face em uma grande interrogação procurando a resposta certa para "É seu pai?".
A vida não é mais a mesma e isso basta para compreender o aconchego oculto de sua presença.
- Opa! Tem uma chave de carro caída no chão, senhor.
- É minha, obrigado.
Ele é impassível de movimentos, sabe fazer pose de pai importante e eu sei comer como filha legítima.
É sábado à noite, jornal do domingo seguinte, alimentos de buffet, gente demais.
- Pai, terminei.
Tuesday, April 25, 2006
Vê se dessa vez presta atenção! Embarcarei no trem das 19h, que me levará até Jundiaí. De lá pego um carro e vou até Santos, onde um navio com destino à Europa está me esperando. Partimos na sexta, sem data para a volta. Se você estiver se perguntando por que não fui direto de trem até o porto, é sinal de que ainda não encontrou seu espírito aventureiro.
Avise mamãe que não fui eu quem comeu a última porção de broa (e que trago, se ela quiser, mil vezes mais das melhores broas italianas); diga ao Pelé que quando voltar jogo aquela pelada que fiquei devendo e guarde o baralho francês do papai na caixa amarela de papelão (embaixo da cama, no lado esquerdo e , de preferência, antes que ele sinta falta). Aquela calça pendurada no varal é do bilac. B-I-LA-C! Não do Rangel!
Enfim, cuide de todos, lembre de mim sempre com carinho, sempre como o irmão amoroso e atencioso de todos os momentos.
Galhardo
PS – Ah! Se sentirem minha ausência, diga que fui dar uma volta.
Friday, April 14, 2006
Ame-me, bastardo.
Hoje todos têm direito de dizer e levar um foda-se para casa. Um foda-se vale mais que mil palavras.
Lambuzaram-se com o rum das vagabundas os malandros, porque elas lhes pertenciam.
Acabaram com a tinta da caneta de $40 dólares os senhores da decência ao quererem deixar um guardanapo com 8 dígitos escritos no bolso do garçom.
Chorou até doerem os pulmões a criança, sem perceber que os olhos da avó também se derramavam em doídas lágrimas por não entender como mabé só pioraria o câncer daquele anjo insano de cisma.
Corra e não se deixe para trás.
Monday, April 03, 2006
Alipístico
Friday, March 31, 2006
Prada
Friday, March 24, 2006
C'Mere
Apagando as luzes, acendendo uma brasa longínqua de qualquer Lucky Strike achado no caos do seu mundo, sentando como um fracasso personificado, encostando a têmpora em tão dolorosos joelhos, observando o breu. É assim que você me seduz. Suspirando pesarosamente, com ar de quem desta vida nada mais teme nem espera. Batendo metodicamente os pés no chão de ardósia, este quase congelado pelo inverno da madrugada, apoiando-se no móvel que ainda cheira ao depósito de onde saiu. Então, você me fascina.
Ouvindo o silêncio terno do quarto vazio, você não ousa falar, pois não quer despertar suas ilusões. Mexendo os dedos intimamente sufocados pela presença do mesmo par de tênis nos últimos três anos. O que é muito tempo, o que pode ser cedo ou tarde demais, o que é porque tem de ser. Fechando os olhos ingênuos e vacilantes por dois segundos, fazendo percorrer um calor tênue desde quando resolveu nascer até a última ponta dupla do cabelo deste exato momento. Você me orgulha.
Contemplando o céu, apenas encaixando o queixo no dorso da mão, não ligando para a fumaça inebriante da brasa que você esqueceu, rebuscando uma imagem das pessoas que mais amou, deixando um leve sorriso e uma lágrima escaparem dos seus desejos. Conquista-me. Pesando prós e contras, batalhas e calmarias, vontades e sonhos, conquistas e hesitações, eu me calo.
Lembrando que o tempo não pára, que até as brasas se apagam – e por quê não as estrelas? –, que a escuridão é uma questão de escolha, pois foi você quem apagou as luzes, levanta-se furtivamente, sentindo os pés e os poros mais que nunca, caminhando levianamente para um lugar que você não quer imaginar. Só chegar.
Que insólito! Apaixonei-me por mim.
Thursday, March 23, 2006
Que é que tu quer, maracajá cara de gato??
Blog pra ler.
Blog pra dizer "hello" e esperar o eco.