Tuesday, April 21, 2009

A dureza da vida, engolida à seco, a dureza da vida. Que era isso? Não se comparava a um suco de cupuaçu bem forte, nem a nenhuma limonada suíça. A besteira que passava e ela não via, nunca via. Do alto não dava pra ver, só se ela chegasse bem na janela. Às duas da madrugada os olhos ardiam e ela não sabia o porquê de ainda não estar dormindo. E também queria saber qual o problema. Devia ser glicose.
O açúcar que embaçava a vista, trazia a fadiga e deixava tudo mais molenga. Podia ser doença, mas quem ligava? Já dizia o poeta do senso comum, da opinião pública, da indústria de consciências: a vida tinha de ser doce. Talvez com mascavo, pra ter mais graça. E nesse mais de demasiadas soluções ninguém arregalava os olhos. Abri-los era estar adormecido...e vigiado. Quem olha para o lado entende o que eu digo. Quem acorda de um pesadelo inexplicado, no escuro, atordoado, procura, não acha, entende o que eu digo.
O ar vai. E volta. O açúcar fica. O pesadelo vai. A escuridão vem. As horas seguem ligeiras.

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